Bom dia, Brasil. Boa tarde, Itália.
Eis-me aqui com o teu resumo favorito! E hoje eu quero fazer um apanhado um pouco mais amplo, para falar de algumas das melhores coisas que tivemos na cultura pop no primeiro semestre de 2024. Vamos direto a isso, porque a lista é grande.
uma dose de música
Minha retrospectiva do last.fm, feita através do tapmusic.net, é sempre focada nos plays que eu dei em álbuns. Embora não esteja tão diversificada quando eu gostaria, tem um pouquinho de tudo. Isso tudo, mais a minha playlist de músicas de anime, embalou meu primeiro semestre de 2024.
Bem-vinde ao verão de brat
Após colocar queers de todo o mundo em estado de completa euforia, Charlie XCX pode ser responsável pelo álbum do ano. brat é um disco perfeito de música de balada. Sabes aquele álbum pra dar play e se sentir ume grande gostose? É esse aqui. Seja na versão original ou na deluxe, intitulada brat and it’s the same but there’s three more songs so it’s not, é um trabalho redondidinho, onde todas as músicas são super bem produzidas e não dá vontade de pular nenhuma. Lógico que também tem coisas pra dançar chorando ou só chorar também. E depois de ouvir as duas versões, não esqueça de ouvir o remix “The girl, so confusing version with lorde”. É difícil escolher uma música favorita, mas estou num momento muito “Von Dutch”, ainda mais que agora é verão na Europa, então só quero ser um grande gostoso e destruir corações por toda a parte. Desculpa, foi minha lua em aquário falando.
Eu não tenho o costume de ver vídeos analisando álbuns, mas acabei dando play nesse aqui do Troy, porque gosto da empolgação dele quando o beat vem da maneira certa e acho que ele traz um olhar bem interessante pela parte da produção, além de trivias e dancinhas:
Drop 7
Se o brat é o álbum do ano, o Drop 7 é o EP do ano. Little Simz é uma artista gigante e quanto mais eu ouço, vejo as performances, mais eu me apaixono. Eu falei dela na primeira cartinha que te mandei, então não quero ficar me repetindo. Esse EP é um mix das melhores referências (incluindo o nosso funk e ritmos africanos), com letras certeiras e feitas pra mim — estou olhando para você, “Mood Swings”. Mas é aquela coisa: não tem uma faixa ruim.
Ensinando gringos a fazerem música
A banda gaúcha Selton também apostou no verde (será a cor de 2024?) para a capa do seu novo disco, GRINGO Vol.1. Como já é costume da banda, que vive há anos na Itália, as músicas misturam português, italiano, inglês e espanhol e trazem ótimas melodias e hits que ficam na mente. Além de uma versão de “Sangue Latino”, que conta com a participação de Ney Matogrosso. São só 28 minutos, mas cada um deles é precioso.
Que devastador rumo para os acontecimentos
Para quem está em dia com a jennews, a Rachel Chinouriri também não é uma novidade. Em maio saiu o seu álbum de estreia What A Devastating Turn of Events e ela entregou tudo e mais um pouquinho. Eu sou apaixonado nos vocais dela. E o álbum traz um pop tão gostosinho, que na maior parte do tempo segue um caminho mais lentinho, meio R&B.
O que rolou com a praia?
Tempo é uma coisa doida, né? Parece que esse primeiro semestre passou voando, mas às vezes parece que foi uma vida atrás. Tanto que eu me perco e penso que o terceiro disco de Declan McKenna saiu ano passado, mas foi em fevereiro. Ouvir What Happened to the Beach? meio que me transporta para outros tempos, é muito bizarro. E além disso, o álbum é muito bom. Segue um caminho um pouco diferente do antecessor Zeros ao mesmo tempo que reflete o amadurecimento de Declan como artista. E eu amo toda a identidade que ele criou para esse álbum e os clipes.
no ecrã*
*É como elus dizem “tela” em Portugal. País engraçadinho quando não tá matando e colonizando, né?
Masmorra deliciosa
Já falei aqui antes sobre Dungeon Meshi e agora que acabei a primeira temporada do anime posso dar um veredito mais acertado. Não se trata apenas de um anime de comida. Sim, a comida é uma parte principal, mas fala sobre família escolhida, sobre traumas, sobre sociedade e sobre lidar com as consequências das nossas ações. A animação é muito boa, as dublagens são perfeitas (seja em japonês ou em português) e os personagens são super carismáticos. Está disponível na Netflix e eu recomendo fortemente. Fiz até minha mãe e meu pai assistirem.
The Vince Staples Show
Confesso que não conheço o Vince Staples tão bem quanto eu gostaria, mas eu gosto de tudo que conheço dele. E não seria diferente com The Vince Staples Show, a série de 5 episódios que é simplesmente fantástica. Inspirados na Atlanta de Donald Glover, os episódios trazem histórias absurdas feitas de um humor bastante particular, satírico, e que retrata vivências negras estadunidenses. Foi renovada para a segunda temporada e está disponível na Netflix. São 5 episódios, sabe? Faz este favor a ti mesmo e vá assistir.
Sr. e Sra. Smith só que bom
Assim: eu mal lembro do filme com Brad Pitt e Angelina Jolie, mas a série é muito melhor, tá? E falando em Donald Glover, olha ele aqui. A série foi criada por ele e por Francesca Sloane e é protagonizada por Glover ao lado de Maya Erskine. A história da série é um pouco diferente da do filme, porque aqui tanto John quanto Jane trabalham para a mesma agência e devem fingir serem um casal enquanto recebem suas missões. É uma série de ação, mas a comédia também é um elemento muito importante. Também tem drama, explosão e participações especiais incríveis, como Michela Coel, Parker Posey e o nosso representante nacional Wagner Moura. Já foi renovada para a segunda temporada também e está disponível no Prime Video.
o melhor do meu letterboxd
Comecei a escrever sobre os filmes, mas ficou longo demais. Então esta categoria vai virar uma edição especial da terebi, ok?
ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver
Para encerrar, um dos assuntos mais em alta nos últimos meses foi o caso da gringa simpática que leu Memórias Póstumas de Brás Cubas e ficou fascinada. E com razão, né? O livro é um dos melhores que existe. É uma leitura divertida, que eu recomendo muito! Obviamente o assunto deu muito pano para a manga (e muitos memes), não só na bolha literária. E o Ora Thiago lançou um vídeo muito interessante sobre Machado de Assis e leitura, mas mais do que isso sobre interpretação de texto e a forma como decodificamos as coisas ao nosso redor.
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